Transplante de sangue de cordão umbilical no tratamento de cânceres do sangue em adultos mostra bons resultados, segundo centro de referência nos EUA

O tratamento das doenças malignas do sangue é realizado, mandatoriamente, por protocolos de quimio e radioterapia. O foco é destruir todas as células malignas e permitir a formação de células normais. Quando esses tratamentos são insuficientes, há indicação de realização de um transplante de células-tronco.


Nos transplantes geralmente são utilizadas células-tronco obtidas da medula óssea de um doador compatível ou do sangue do cordão umbilical. Os transplantes de medula-óssea oferecem um alto risco de rejeição e mortalidade, enquanto a quantidade de células-tronco umbilicais de um único cordão pode ser insuficiente para realizar o transplante. Avistando esta realidade, um grupo de pesquisadores nova iorquinos desenvolveu um protocolo intermediário de transplante de células-tronco que resultou em ótimos índices de sobrevida livre da doença.


Os pesquisadores do Memorial Sloan Kettering Cancer Center trataram 90 adultos com malignidades hematológicas com uma associação de quimioterapia de intensidade média e transplante de células-tronco de cordão duplo – ou seja: um transplante utilizando duas bolsas de sangue de dois cordões umbilicais diferentes, independente da compatibilidade entre eles. Ao final do estudo, a taxa de sobrevida foi de 82% em três anos de remissão da doença, superior à expectativa do Programa Nacional de Doação de Medula Óssea dos Estados Unidos para transplantes alogênicos – que é de 62% de sobrevida após o primeiro ano.


Uma das fortes motivações para uso do sangue do cordão umbilical neste tipo de transplante é o fato desta amostra apresentar menor índice de rejeição. No referido estudo americano, os pesquisadores também verificaram que a diferença de compatibilidade pelo uso de sangue de dois cordões umbilicais diferentes não afetou os resultados, mesmo utilizando amostras com compatibilidade inferior a 50% de compatibilidade entre doador e receptor. Ficou demonstrado, assim, que a quantidade de células-tronco infundidas é mais importante do que a compatibilidade, tratando-se deste tipo de amostra.

Fontes:


 Barker, JN et al. High progression-free survival after intermediate intensity double unit cord blood transplantation in adults. Blood Advances, 2020, Volume 4, number 23. Disponível em: > https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33290545/ <

 Memorial Sloan Kettering. MSK’s One-Year Survival Rate after Allogeneic Bone Marrow Transplant Exceeds Expectations. Disponível em: > https://www.mskcc.org/news/msk-s-one-year-survival-rate-after-allogeneic-bone-marrow-transplant-exceeds-expectations <
 The National Marrow Donor Program of United States. Disponível em: > https://bethematch.org/about-us/global-transplant-network/standards/ <