Segurança e eficácia a longo prazo da infusão de células estromais mesenquimais em pacientes críticos com COVID-19: um ensaio clínico randomizado
(Artigo publicado em 2022)
Em março de 2020, tivemos declarada pela Organização Mundial de saúde, a pandemia de Covid-19. Desde então tem-se notado que a Covid-19 é uma doença multifatorial e complexa, que apresenta sintomas agudos e persistentes. Os sintomas a longo prazo, e as sequelas decorrentes da doença, podem ocorrer devido a lesão dos órgãos ou tecidos ou dos processos inflamatórios durante a infecção. A complexidade da Covid-19, torna difícil o seu tratamento com uma única estratégia, sendo necessário unir diferentes procedimentos e terapias ao longo do tratamento. Em busca de novas terapias, um grupo de pesquisadores do Paraná, realizou um ensaio clínico em 2020, no qual avaliaram a segurança e eficácia a longo prazo do uso de células-tronco mesenquimais provenientes de cordão umbilical na recuperação e redução das sequelas causadas pelo Covid-19. O estudo incluiu 17 pacientes diagnosticados com Covid-19, que necessitavam de cuidados intensivos e ventilação mecânica e/ou pacientes em estado crítico, divididos em dois grupos. Um grupo recebeu a infusão de 3 doses de células mesenquimais de cordão umbilical e o outro recebeu apenas placebo. Os pacientes foram avaliados por observação clínica, carga viral, análises laboratoriais de sangue e alguns marcadores de infecção. Os resultados do estudo foram muito promissores, a infusão das células mesenquimais mostrou efeitos benéficos para a recuperação dos pacientes a curto prazo, reduzindo o risco de trombose e diminuição da liberação de citocinas a partir de fatores anti-inflamatórios liberados pelas células. A longo prazo, observou-se redução das sequelas renais e pulmonares. Esses resultados mostraram que as células mesenquimais do tecido de cordão umbilical tem grande potencial para serem utilizadas como terapia auxiliar no tratamento de pacientes com Covid-19 em estado crítico.
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