Sangue do cordão pode tratar irmãos com Paralisia Cerebral

É o que mostraram os primeiros resultados de uma pesquisa (Fase I) com crianças entre 1 e 6 anos com Paralisia Cerebral (PC).

Quem está conduzindo a investigação é a pesquisadora Joanne Kurtzberg, autora de inúmeros trabalhos e pesquisas com células-tronco desenvolvidos na Universidade de Duke.
Considerando que outros estudos clínicos em fase inicial já haviam sugerido que uma infusão de sangue do cordão umbilical dosada apropriadamente tem o potencial para melhorar a função motora de crianças pequenas com paralisia cerebral, Joanne propôs avaliar se o tratamento com células-tronco umbilicais de um irmão do doente também poderia ser efetivo – já que na grande maioria dos casos não há sangue de cordão autólogo (da própria criança) disponível.

A pesquisa foi realizada com 15 crianças com PC espástica moderada a grave, tratadas com uma única infusão intravenosa de sangue de cordão compatível ou parcialmente compatível de um irmão. Aos seis meses após o tratamento, os participantes do estudo foram reavaliados e demonstraram ganhos significativos na função motora grossa e fina.

As infusões foram bem toleradas, estabelecendo as bases para ensaios de eficácia usando sangue do cordão umbilical de doadores não aparentados. Especificamente, não houveram reações agudas à infusão e nenhuma formação de anticorpos contra plaquetas, glóbulos vermelhos ou antígenos HLA específicos do doador. As células do doador não foram detectadas no sangue periférico 6 meses depois.

Os autores esperam, a seguir, confirmar os ganhos observados na função motora em crianças com paralisia cerebral recebendo esta abordagem de tratamento. As fases posteriores do estudo estão focadas na segurança e eficácia da infusão de sangue de cordão alogênica (não do próprio paciente) de alta dose, de doador não relacionado, parcialmente compatível, para comparação dos resultados.

Fontes consultadas:
 Sun JM, Case LE, Mikati MA, et al., Sibling umbilical cord blood infusion is safe in young children with cerebral palsy. STEM CELLS Translational Medicine 2021;10:1258-1265. Disponível em: > https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8380440/pdf/SCT3-10-1258.pdf <