Importância da humanização no processo de gestação
Uma atenção humanizada durante o processo de gestação e também no puerpério – período que decorre desde o parto até que os órgãos genitais e o estado geral da mulher voltem às condições anteriores à gestação – é fundamental para a saúde da mãe e da criança.
É muito importante que os profissionais da área da saúde, bem como familiares, compreendam a gestante e o bebê como um todo e não como dois seres humanos. Estamos falando de uma vida que está sendo gerada, totalmente ligada à sua progenitora através do cordão umbilical, que recebe tudo o que a mãe está ingerindo.
Além disso, mãe e bebê em gestação experimentam os mesmos sentimentos, devido ao que o psiquiatra Donald Winnicott chamou de “espelhamento”, o que é mais conhecido popularmente como vínculo mãe-bebê.
OMS e humanização da gestação
De acordo com a OMS – Organização Mundial da Saúde, a gestante deve ter suporte emocional, assim como atenção à saúde, evitando o máximo possível as intervenções e valorizando a humanização do tratamento e acompanhamento da gravidez.
Porém, o Brasil está longe de seguir essas recomendações, pois o modelo assistencial à saúde da gestante como forma de facilitar o processo de gestação negligencia todo e qualquer tipo de humanização, desde o momento da fecundação até o momento do parto – na maioria das vezes realizados através de cesariana.
Ministério da Saúde tenta humanizar gestações e partos
A humanização do processo gestacional e dos partos é uma iniciativa recente do Ministério da Saúde para aumentar a qualidade de vida das gestantes, reduzir o número de cesáreas praticadas no Brasil e, consequentemente, baixar as taxas de mortalidade materna e infantil.
Embora o país demonstre concepções e práticas diferentes, levando em consideração o contexto local, a humanização é um processo que vem se intensificando com o aumento do número de profissionais da saúde (enfermeiros e médicos) se capacitando em atendimento humanizado.
A humanização faz a diferença
Diversos estudos acadêmicos demonstram os benefícios da prática da humanização nos processos de gestação. Profissionais da saúde que assistem gestantes afirmam que a humanização no processo de gestação deveria ser algo natural.
É comprovado que encontros terapêuticos e educativos, expressão de sentimentos e dúvidas, avaliação do bem-estar da mãe e do feto e preparação para um parto natural são positivos para a saúde da mãe e do bebê antes, durante e após o nascimento.
A humanização promove comportamentos saudáveis, evita riscos, e tratam agravos antes mesmo da concepção. Por exemplo, uma ação de humanização pré-concepcional são as consultas tratadas como conversas naturais, que podem ajudar as mulheres a engravidar de maneira saudável, indicando a suplementação de ácido fólico e realização de exame da tipagem sanguínea, por exemplo.
Durante a gestação, a humanização consiste em um pré-natal de qualidade, onde exames são realizados, fatores de risco são identificados, e a segurança e saúde da mãe e do bebê são mantidas – algo distante da realidade atual, onde gestantes iniciam o pré-natal tardiamente e os serviços de saúde nem sempre cumprem um conjunto mínimo de ações preconizadas por programas de humanização.
Atos de humanização durante a gestação têm como objetivo promover a saúde e permitir que tudo ocorra de maneira natural: sem cirurgias desnecessárias, sem fórmulas artificiais, com muito amor, carinho e atenção envolvidos.
Encarar a gestação e o nascimento como momentos naturais da vida é a base da mudança positiva que deve ser praticada. O parto humanizado, utilizando as técnicas adequadas, pode inclusive promover a aceleração do processo ao parir, o que só traz benefícios para a futura mamãe evitar uma cirurgia e as dores irracionais de um parto normal.