“Colírio” feito de soro do sangue de cordão umbilical reduz danos na córnea
Por conta da falta de produção ou produção inadequada de secreção lacrimal, os pacientes com ceratoconjuntivite seca (olho seco) podem sentir coceira, irritação, sensibilidade à luz e até sensação de queimação nos olhos, com comprometimento gradativo da visão.
O tratamento dessa condição é realizado principalmente com colírios e lágrimas artificiais que controlam o problema, mas não possuem a capacidade de reverter os eventuais danos à córnea ou à visão causados pela doença.
Pensando nos danos irreversíveis que podem ser causados à córnea decorrentes dessa doença, um grupo de oftalmologistas e pesquisadores italianos resolveu tratar pacientes com ceratoconjuntivite seca grave com soro obtido do sangue do cordão umbilical e soro de sangue periférico de doadores adultos, comparando ambos os tratamentos. Para testar a eficácia do produto, recrutaram pacientes com lesões de córnea persistentes e resistentes à terapia convencional e organizaram um estudo multicêntrico e randomizado.
Sessenta pacientes participaram da pesquisa. Um grupo (30 pacientes) administrou o soro do sangue de cordão 8 vezes ao dia durante um mês. O outro grupo utilizou o soro de sangue periférico de adulto na mesma frequência. Foram usados exames, testes e recursos subjetivos para mensurar a eficácia do tratamento, comparando os resultados de antes e depois da terapia. Os resultados mostraram que não só os danos na córnea foram reduzidos de forma mais significativa nos pacientes que usaram o soro proveniente do sangue de cordão, mas também os relatos de dor. As medidas subjetivas indicaram melhoras nos dois grupos de pacientes tratados. No geral, os sinais e sintomas de todos os pacientes melhoraram, com vantagens potenciais nos tratados com o “colírio” produzido a partir do sangue de cordão. .
Fonte utilizada:
Campos, E et al. Blood derived treatment from two allogeneic sources for severe dry eye associated to keratopathy: a multicentre randomised cross over clinical trial. British Journal of Ophthalmology, bjophthalmol–2019–314859. Disponível em: > https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31744796/ <