Células-tronco da neta ajuda na reabilitação de avô que sofreu AVC

A Organização Mundial de Acidente Vascular Cerebral estima que neste ano 13,7 milhões de pessoas em todo o mundo sofrerão seu primeiro AVC (acidente vascular cerebral). Em 2018, o pai de Lucie Pinová, da República Tcheca entrou para esta estatística. “Meu pai foi encontrado inconsciente 8 horas após um AVC, quando recebeu atendimento. O derrame afetou seu hemisfério cerebral esquerdo, causando paralisia significativa e distúrbios sensoriais no lado direito de seu corpo, além de prejudicar a sua fala”, relatou Lucie, cuja família mora na República Tcheca.


Após um mês hospitalizado e sem evolução das sequelas do AVC, a equipe médica sugeriu à família que ele fosse internado em uma instituição de longa permanência, demandando cuidados especiais. Nos primeiros três meses na instituição, a família percebeu discreta melhora nas suas habilidades físicas, mas não cognitivas. Ele se levantou da cama, reaprendeu higiene e cuidado pessoal, aprendeu a usar uma cadeira de rodas e a andar novamente com auxílio. Mas não reconhecia as cores, não sabia os números, nem ler.


Foi então que Lucie assistiu a um programa de TV em que um senhor relatava sua melhora após a terapia celular. Ela estudou o assunto e entrou em contato com clínicas de células-tronco. “Pesquisei todos os riscos e me disseram que o estado dele não poderia piorar após a aplicação dessas células”, disse. Há publicações científicas mostrando que a terapia é segura. Menos de um mês depois, a família levou o pai para realizar terapia com células-tronco do sangue do cordão umbilical e também células do estroma mesenquimal do tecido do cordão em uma clínica em Malacky na Slovákia. As células foram administradas por infusão intravenosa e por injeção no canal espinhal. Esse primeiro ciclo de terapia usou células de um doador sem parentesco com o paciente. No final de 2019, todos comemoravam o progresso enorme do pai de Lucie. Ele já andava sem necessidade de apoio, recuperou boa parte de suas habilidades cognitivas e teve ótimo avanço na fala.


Com a significativa melhora da primeira terapia, uma segunda sessão foi considerada para impulsionar ainda mais o progresso do pai de Lucie. Como Lucie acabou engravidando durante o período de recuperação do pai, ela não pensou duas vezes: decidiu coletar o cordão umbilical de sua filha para o tratamento. “Desde o primeiro momento que vi a reportagem na TV, não parei de acreditar que meu pai não desistiria. E não desisti em buscar recurso para dar uma vida um pouco mais normal para ele.” O conselho de Lucie Pínová para outras gestantes: “Acho que as mães devem refletir bem sobre o uso do cordão umbilical. Você nunca sabe o que pode acontecer com sua família amanhã ou talvez em 10 anos e quando poderá precisar de células. Se eu estivesse grávida de novo, com certeza armazenaria o sangue do cordão umbilical. “

Fonte:

Parent’s Guide to Cord Blood. Disponível em: > https://parentsguidecordblood.org/en/news/granddaughter-donated-newborn-
stem-cells-her-grandfather-after-stroke