Tratamento para Autismo com células-tronco umbilicais em processo de registro
Células-Tronco no tratamento para Autismo. Entenda:
Até estar disponível para a população, todo tratamento médico passa por um longo processo de pesquisa. Esse processo deve cumprir diversas etapas, desde as que antecedem seu uso por seres humanos até o acompanhamento após o uso da terapia, comprovando que aquele produto não incorrerá em reações prejudiciais à vida das pessoas.
Os primeiros processos de desenvolvimento de uma nova terapia iniciam com estudos para atestar a segurança para uso em humanos (Fase I). Na sequência, é avaliada a eficácia do tratamento num pequeno grupo de pacientes (Fase II) e por fim padronizada a dosagem, frequência e efeitos adversos da nova terapia (Fase III). Findadas essas etapas clínicas, que podem levar anos de estudo, a terapia precisa ser registrada através de uma patente.
A renomada Universidade de Duke, nos Estados Unidos, recentemente apresentou um pedido de patente para o uso de células-tronco de cordão umbilical no tratamento de desordens do espectro autista. A solicitação foi registrada no FDA (Food and Drug Administration), órgão que regula as terapias com células sanguíneas, de cordão umbilical e medicamentos naquele país. Na prática, esse pedido formaliza um protocolo de método de uso da terapia, incluindo como deve ser feita a seleção de pacientes, preparação das células-tronco, dosagem e padronização da técnica de aplicação nos pacientes com Autismo. Há duas solicitações em andamento: uma com células do sangue do cordão umbilical e outra com células mesenquimais (estromais), extraídas do próprio tecido do cordão.
O pedido de patente foi embasado em dois estudos conduzidos pelo grupo de pesquisa da Dra Joanne Kurtzberg, utilizando células-tronco isoladas do cordão umbilical dos próprios pacientes em tratamento (autólogo). Já há outras solicitações de patente registradas nos Estados Unidos e outros locais do mundo, porém são baseadas em estudos com técnicas diferentes e desempenho inferior ao protocolo testado nos estudos da Universidade de Duke.
Se essa patente for concedida, ela impactará na terapia com sangue e células mesenquimais do cordão autólogo dos bancos familiares. Uma vez aprovada a solicitação, este tratamento estará disponível para comercialização e uso na população em geral. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é responsável pela liberação e segurança do uso da terapia celular. É ela que concede o registro de novas terapias, atestando sua eficácia terapêutica. A padronização do tratamento para o Autismo com células tronco umbilicais facilitará a autorização de aplicação nos pacientes brasileiros, que poderá ser solicitada à Anvisa com um protocolo aprovado anteriormente por um órgão de referência mundial.
Acompanhe na íntegra:
- Solicitação de patente do uso de células-tronco do sangue de cordão umbilical no tratamento do Autismo:
https://patents.google.com/patent/WO2018169952A1/en
- Solicitação de patente do uso de células-tronco do tecido do cordão umbilical (estromais/mesenquimais) no tratamento do Autismo:
https://patents.google.com/patent/WO2019195506A1/en
- Estudos da Universidade de Duke que basearam o pedido da patente: