Células mesenquimais do tecido de cordão umbilical: potencial uso terapêutico na regeneração cardiovascular

Estudo internacional destaca o potencial regenerativo das células mesenquimais do tecido de cordão umbilical em doenças cardiovasculares, como o infarto agudo do miocárdio e a insuficiência cardíaca.
Equipe de médicos e pesquisadores britânicos publicaram um artigo de revisão em 2019, que aborda o uso de células estromais mesenquimais (CEMs) do tecido de cordão umbilical no campo da medicina regenerativa cardiovascular. De forma geral, o estudo mostra:

  • uma visão geral sobre as características e propriedades biológicas das CEMs do tecido de cordão;
  • descrição de estudos clínicos (em humanos) concluídos e em andamento, relacionados ao potencial terapêutico das CEMs do tecido de cordão em doenças cardiovasculares como o infarto agudo do miocárdio (IAM), importante problema de saúde pública no Brasil e no mundo que apresenta elevadas taxas de incidência e de mortalidade;
  • Discussões sobre os desafios atuais e perspectivas futuras relacionadas ao uso das CEMs do tecido de cordão na regeneração cardiovascular.

Entre as conclusões do artigo, os autores citam que o tecido de cordão umbilical humano fornece uma fonte de CEMs que oferecem:

(i) combinação única de propriedades celulares pré e pós-natais;
(ii) problemas éticos mínimos/ausentes;
(iii) grande potencial de multiplicação e diferenciação em outras células;
(iv) sem efeitos tumorigênicos (não desenvolve tumores);
(v) elevada atividade imunomoduladora (controle do sistema imunológico);
(vi) possibilidade de uso autólogo (paciente recebe suas próprias células) ou alogênico (paciente recebe células de outra pessoa).
Em relação aos efeitos regenerativos no miocárdio, as CEMs do tecido de cordão demonstraram ter ações anti-fibróticas (fibrose pode levar à formação excessiva de tecido de cicatrização e, consequentemente, pode causar disfunção do órgão), anti-inflamatórias e pró-angiogênicas (estimula formação de novos vasos sanguíneos).  Além disso, essas células têm a vantagem de serem isoladas e expandidas em cultura, oferecendo a possibilidade de ter um produto que pode ser facilmente armazenado em um banco de células-tronco a um custo razoável.
Em doenças cardíacas, pesquisas pré-clínicas (células em cultura/animais) mostraram resultados promissores em uma grande variedade de condições – incluindo o IAM – e, atualmente, um número crescente de ensaios clínicos está utilizando CEMs do tecido de cordão.
Confira o artigo original neste link:  http://bit.ly/2q6cGMw