Qual é o papel da família durante a gestação (e depois dela!)
– O nascimento de um bebê faz surgir a figura de mãe, pai, avós, tios, primos. E como essa turma pode ajudar na gestação?
– Saiba como a família é importante nesse momento incrível da gestação, para dar apoio e carinho aos novos pais.
A chegada de um bebê também faz nascer novos membros na família: mamãe, papai, vovô e vovó, tios e tias, primos e primas. E qual o papel da família durante a gestação? E depois dela? Já falamos sobre as alterações físicas e emocionais que a gravidez provoca nas mulheres, mas é importante lembrar que todo mundo na casa “fica grávido” junto e precisa compartilhar os cuidados, tarefas e preocupações da gestante.
Papel do pai na gestação
A figura mais próxima da gestante normalmente é o pai da criança, o qual fornece apoio emocional (extremamente necessário), acompanha a gestante em exames e conversa sobre as decisões que afetarão a vida do bebê que está chegando. Estima-se que 80% dos homens no mundo serão pais biológicos em algum momento de suas vidas, segundo estudo da MenCare, organização não-governamental de incentivo à paternidade.
O pai assume também a árdua tarefa de encontrar os “ingredientes” para saciar os desejos da mamãe por comidas exóticas, principalmente nas primeiras semanas de gestação.
Mesmo que não more junto, é importante que o pai dê suporte, carinho e tenha paciência com a mamãe nessa fase onde as alterações hormonais, físicas e emocionais geram insegurança, baixa autoestima (“tô gooorda!”) e incertezas sobre o futuro da nova vida que ela carrega na barriga. Lembre-se que a gestação deve ser uma época de paz e união, pai e mãe têm algo muito especial em comum agora. Brigas, discussões desnecessárias e estresse não combinam com gestação.
Isso também vale para o período pós-gestação, em que brigas e discussões frequentes podem deixar o ambiente nervoso, tenso, completamente o oposto do que uma criança precisa para crescer saudável. Aliás, o desenvolvimento adequado dos filhos envolve a presença do pai, desde a troca de fraldas e alimentação como no acompanhamento dos temas e tarefas escolares para serem trabalhadas em casa.
Papel da família na gestação
Caso a gestante não more com familiares, o papel de pais e responsáveis, irmãos, tios, primos e afins se concentra no apoio e respeito às decisões do casal. Conselhos e dicas são importantíssimos, mas deve sempre ser levado em conta o desejo da gestante e do pai da criança, já que são eles que estão acompanhando cada passo do pré-natal.
Uma das decisões mais polêmicas é a escolha entre o parto normal ou cesariana. Segundo dados mais recentes do Ministério da Saúde, no Brasil 57% dos partos bem sucedidos realizados em 2013 foram cesarianas: em números, são 1,64 milhões de cesarianas contra 1,25 milhões de partos normais. Na Região Sul, o número de cesarianas aumenta para 63%: são 243 mil cesarianas contra 144 mil partos normais. A escolha sempre depende das condições da mãe e do bebê, segundo as recomendações do médico obstetra que acompanha a gestação.
É papel da família acompanhar o relacionamento dos pais com o bebê e possíveis mudanças de comportamento, que podem indicar depressão pós-parto. Segundo a psicanalista Vera Iaconelli, especializada em psicologia perinatal, a doença acomete 25% dos pais entre o terceiro e o sexto mês pós-parto, e acomete entre 10 a 20% das mães a partir da primeira semana pós-parto, podendo permanecer até dois anos. A tristeza materna, que atinge até 80% das puérperas, pode evoluir para depressão se não receber a devida atenção. Nesses casos, a família pode aconselhar um acompanhamento psicológico e psiquiátrico aos pais.