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Novo Estudo Clínico Demonstra Eficácia do Transplante Haploidêntico com Sangue de Cordão Umbilical em Pacientes Adultos com Leucemia Mieloide Aguda

Eficácia do Transplante Haploidêntico com Sangue de Cordão Umbilical em Pacientes Adultos com Leucemia Mieloide Aguda

O transplante de células hematopoéticas haploidênticas (Haplo-HCT) é uma forma de transplante alogênico de células-tronco, no qual o doador é um parente parcialmente compatível, ou seja, compartilha metade dos antígenos do sistema HLA (antígeno leucocitário humano) com o receptor. Apesar de ser uma alternativa viável, o Haplo-HCT apresenta maior risco de complicações, como a doença do enxerto contra o hospedeiro (GVHD) e mortalidade relacionada ao tratamento.

Para melhorar os resultados do Haplo-HCT, os pesquisadores têm investigado a adição de sangue de cordão umbilical (UCB) ao transplante, uma técnica chamada Haplo-Cord. O UCB, por ser rico em células-tronco e ter uma resposta imunológica menos agressiva, pode diminuir o risco de GVHD, acelerar a recuperação do sistema imunológico e reduzir as taxas de mortalidade.

Neste ensaio clínico multicêntrico, randomizado, aberto e de fase 3 os pesquisadores compararam o transplante haplo-HCT com e sem a adição de sangue de cordão umbilical (UCB), que contém células-tronco capazes de ajudar na recuperação do paciente. Participaram do estudo 268 pacientes com idades entre 18 e 60 anos, todos diagnosticados com leucemia mieloide aguda. Os pacientes foram divididos aleatoriamente em dois grupos: 134 receberam o transplante com a adição de sangue de cordão umbilical (Haplo-HCT com UCB) e 134 receberam apenas o transplante haploidêntico (Haplo-HCT).

O principal objetivo do estudo foi analisar a taxa de sobrevivência dos pacientes após 3 anos. No grupo que recebeu o transplante com a adição de sangue de cordão umbilical, 80,5% dos pacientes estavam vivos após 3 anos, comparado a 67,8% no grupo que recebeu apenas o transplante haploidêntico. Além disso, o grupo que recebeu o sangue de cordão também teve melhores resultados em termos de tempo sem progressão da doença (70,3% versus 57,6%) e menor taxa de recaída (12,1% versus 30,3%). Os efeitos colaterais graves foram semelhantes entre os dois grupos, mas o grupo que recebeu o sangue de cordão apresentou uma recuperação mais rápida de células de defesa importantes, como neutrófilos e células T, logo após o transplante.

O estudo concluiu que adicionar sangue de cordão umbilical ao transplante haploidêntico melhora a chance de sobrevivência de pacientes com leucemia mieloide aguda sem aumentar significativamente os efeitos colaterais, podendo oferecer benefícios adicionais em relação ao transplante convencional.

Bibliografia consultada:

Zhou, B., Chen, J., Liu, T. et al. Haploidentical hematopoietic cell transplantation with or without an unrelated cord blood unit for adult acute myeloid leukemia: a multicenter, randomized, open-label, phase 3 trial. Sig Transduct Target Ther 9, 108 (2024). https://doi.org/10.1038/s41392-024-01820-5

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