Impacto do Transplante de células-tronco hematopoiéticas na Osteopetrose
A Osteopetrose (OP) é uma condição rara que pertence ao grupo das displasias esqueléticas raras e hereditárias, caracterizada por defeitos nas células ósseas que resultam em aumento da massa e densidade dos ossos, o que leva a uma série de complicações graves, como falência da medula óssea, disfunção dos nervos cranianos, macrocefalia e fraturas, entre outras complicações. Neste contexto, o transplante de células-tronco hematopoiéticas (TCTH) pode fornecer células saudáveis, ajudando a evitar a progressão e as complicações da doença.
Galina Shapiro e sua equipe de pesquisadores israelenses realizaram um estudo retrospectivo analisando radiografias e dados clínicos de 35 pacientes com diagnóstico de osteopetrose tratados em um centro médico ao longo de 13 anos (2003 – 2016). “Entendemos que uma caracterização mais abrangente das alterações esqueléticas em pacientes com OP após o transplante poderia ser útil na otimização do tratamento, com o objetivo final de curar as anormalidades esqueléticas associadas à doença”, justificaram.
Os resultados revelaram que o TCTH induz mudanças significativas na distribuição mineral esquelética e na morfologia após o transplante, embora não tenha havido normalização radiológica completa. As mudanças observadas no metabolismo ósseo e na morfologia mineral foram atribuídas à função renovada das células ósseas, que permitiu a remodelação óssea.
Ao final, pesquisadores sugeriram que o uso de marcadores bioquímicos do metabolismo ósseo e índices radiológicos deve ser uma prática regular para avaliar a resposta ao transplante de células-tronco hematopoiéticas em pacientes com osteopetrose.
Bibliografia consultada:
Shapiro, G et al. Skeletal Changes After Hematopoietic Stem Cell Transplantation in Osteopetrosis, Journal of Bone and Mineral Research, Volume 35, Issue 9, 1 September 2020, Pages 1645–1651. Disponível em: > https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/jbmr.4037 <