Doença intestinal congênita e células-tronco
Pesquisadores da UCL GOS Institute of Child Health e da Universidade de Sheffield lideraram um estudo inovador que explorou o potencial da terapia com células-tronco para tratar a doença de Hirschsprung, uma condição rara caracterizada pela ausência de células nervosas no intestino grosso, o que compromete o movimento das fezes e pode levar a complicações graves como a enterocolite. Aproximadamente 1 em cada 5.000 bebês nasce com essa condição, geralmente diagnosticada logo após o nascimento e tratada com cirurgia urgente, tornando alternativas terapêuticas cruciais.
Desde 2017, as duas instituições têm colaborado para investigar o uso de células-tronco na geração de precursores de células nervosas para transplante, visando restaurar os nervos ausentes no intestino dos pacientes com doença de Hirschsprung. Pesquisadores utilizaram tecido derivado de pacientes com doença de Hirschsprung para transplantar células progenitoras neuronais derivadas de células-tronco pluripotentes induzidas humanas. Análises de amostras de intestino transplantado revelaram maior capacidade de contração comparada ao tecido de controle, indicando uma melhora funcional significativa no intestino dos pacientes tratados.
O Dr. Anestis Tsakiridis, investigador principal da Universidade de Sheffield, destacou: “Nossas descobertas estabelecem a base para o desenvolvimento futuro de uma terapia celular para a doença de Hirschsprung, e continuaremos trabalhando para sua implementação clínica nos próximos anos.” Esses avanços representam um passo promissor em direção a novas abordagens terapêuticas para uma condição desafiadora e atualmente limitada a opções de tratamento.
Bibliografia consultada:
Jevans, B et al. Human enteric nervous system progenitor transplantation improves functional responses in Hirschsprung disease patient-derived tissue. Gut, 2024; gutjnl-2023-331532. DOI: 10.1136/gutjnl-2023-331532
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