A criação dos filhos e formação sem o pai por perto

Criação dos filhos sem os pais

Hoje em dia, muitas famílias são uniparentais. E a maior parte dessas famílias são de mães solteiras, que tem que criar seus filhos sem a presença do pai. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), essa composição é a realidade de 11,6 milhões de famílias, segundo dados mais recentes, de 2015.
Isso gera uma série de preocupações. Como a ausência paterna influencia na criação dos filhos? É possível formar crianças saudáveis e felizes sem o pai por perto?

A ausência paterna na criação dos filhos

Uma das maiores preocupações de quem tem que criar os filhos sem o pai por perto é a falta de referencial masculino na vida da criança. Isso pode fazer diferença desde muito cedo: entre os 5 e 6 meses de idade, a criança passa pela fase do triângulo familiar, em que percebe a presença e influência da mãe e do pai.
O que acontece quando não há presença paterna? Uma substituição. Qualquer adulto próximo do sexo masculino pode representar a figura paterna – o avô, um tio, um amigo próximo da família etc. É nele que a criança vai projetar o referencial de masculinidade.
Este é o caso da analista de marketing Ariane Vieira, 28 anos, que mora na Grande São Paulo com seu filho Bernardo. Fruto de um casamento desfeito, o menino de 2 anos conviveu pouco com o pai, que parou com as visitas logo após seu nascimento.
“Meu pai e meu irmão moram perto de casa e são muito presentes na vida no Bernardo. Antes, eu me preocupava muito com os possíveis danos que a falta de um pai causariam a ele, mas hoje vejo que os homens da minha família podem ser a melhor influência para ele”, atesta Ariane.
Uma preocupação recorrente é como explicar essa ausência para a criança. A partir de uma certa idade, ela vai começar a perceber que todos têm um pai – a mãe, os colegas da escola, os primos – e vai querer saber onde está o seu.
O mais recomendado, nesse momento, é não mentir. Quando a verdade é difícil de explicar, tendemos a inventar histórias que sejam mais fáceis, mas a criança vai descobrir o que de fato aconteceu, um dia. Ser sincero é o melhor para a criação dos filhos.
Mas você não precisa contar todos os detalhes. Conte a história de um jeito que a criança entenda e que amenize os sentimentos de abandono. Quando for mais velha, ela pode entender melhor.

A criação dos filhos da melhor forma possível

A pergunta que todos se fazem quando se trata da criação dos filhos sem o pai é: quais são as implicações dessa ausência na vida da criança? A criação dos filhos é profundamente afetada sem a presença do pai?
Para especialistas da área, não há uma resposta conclusiva. Alguns estudos apontam implicações negativas na formação de crianças criadas apenas pela mãe. Outros, afirmam que não há qualquer diferença entre as famílias uniparentais e as biparentais.
O que pode fazer toda a diferença na criação dos filhos, nesses casos, são as outras influências. A situação social da família, por exemplo, pode mudar as oportunidades de aprendizado e envolvimento cultural da criança, e famílias de mães solteiras costumam ter uma renda mais baixa do que famílias formadas por casais.
Mas o que mais afeta a formação de uma criança são os adultos com quem ela convive. Mães solteiras, como é o caso da Ariane e seu filho Bernardo, que têm fortes laços com outras pessoas da família, tem mais suporte na criação dos filhos, e as crianças se sentem mais protegidas e amadas.
No entanto, sabemos que ainda há muito preconceito contra mães que criam seus filhos sozinhas. Muitas famílias não dão o apoio necessário a essas mulheres, que acabam ficando solitárias e frequentemente têm problemas de ansiedade e depressão, que podem afetar também a criança.
Ainda que a criação dos filhos sem o pai por perto seja difícil, isso não significa que as crianças serão prejudicadas. O indispensável é que uma criança receba amor e cuidados para crescer feliz e saudável.
Quer você seja uma mãe solteira ou não, a criação dos filhos deve ser sua maior prioridade. Que tal aprender um pouco mais sobre isso? Leia nosso artigo sobre pais superprotetores e sua influência nos filhos!