Cientistas desenvolvem anticorpo artificial contra a leucemia

Um anticorpo artificial demonstrou sua eficácia em ratos para eliminar células cancerosas, o que representa um avanço na imunoterapia para tratar a leucemia mieloide aguda, segundo um estudo publicado nesta quarta-feira pela revista científica “Science Translational”.

O anticorpo MGD006 remaneja as células T para combater este tipo de leucemia, que é muito difícil de tratar e carece de um tratamento efetivo.

As células T são um tipo de célula imunológica cuja função é reconhecer substâncias estranhas na superfície de outras células e matá-las, para isso produzem substâncias solúveis que têm efeitos sobre tumores e células infectadas com vírus.

A leucemia mieloide aguda é um tipo de câncer produzido nas células da linhagem mielóide dos leucócitos, que se caracteriza pela rápida proliferação de células anormais que se acumulam na medula óssea e interferem na produção de glóbulos vermelhos normais.

Trata-se do tipo de leucemia aguda mais comum em adultos e sua incidência aumenta com a idade, embora seja uma doença relativamente rara em nível global.

As imunoterapias testadas até agora se centraram no antígeno CD123, com presença excessiva nesta leucemia e outros tipos de câncer.

O anticorpo MGD006, desenvolvido pelo pesquisador Gurunadh Chichili e sua equipe, funde fragmentos de dois anticorpos diferentes: um para o antígeno CD123 da leucemia e outro para o antígeno CD3 das células T.

Em uma semana de tratamento contínuo, o anticorpo eliminou as células com leucemia em ratos e, aplicado durante quatro semanas em macacos, os animais não experimentaram efeitos colaterais graves.

Fonte: Science Translational Medicine