Células-Tronco Revertem Diabetes Tipo 1 em Paciente pela Primeira Vez

Uma mulher de 25 anos com diabetes tipo 1 passou a produzir sua própria insulina menos de três meses após receber um transplante de células-tronco reprogramadas. Esse avanço marca a primeira vez que um paciente com essa condição é tratado com sucesso utilizando células derivadas do próprio organismo. Mais de um ano após o procedimento, a paciente continua apresentando resultados positivos.
O estudo, desenvolvido no Canadá, foi publicado na revista Cell e se soma a outra pesquisa realizada na China, onde um homem de 59 anos com diabetes tipo 2 recebeu um transplante semelhante e conseguiu interromper o uso de insulina.
Os transplantes de ilhotas pancreáticas são considerados uma alternativa promissora para o tratamento do diabetes, mas sua aplicação é limitada devido à escassez de doadores e à necessidade de imunossupressores. O uso de células-tronco, especialmente quando derivadas do próprio paciente, pode contornar esses desafios ao oferecer uma fonte potencialmente ilimitada de tecido pancreático e eliminar a necessidade de medicamentos imunossupressores.
No estudo conduzido pela Universidade de Pequim, células de três pacientes foram reprogramadas para um estado pluripotente e posteriormente diferenciadas em ilhotas pancreáticas. Em junho de 2023, as ilhotas foram implantadas nos músculos abdominais da paciente, permitindo um acompanhamento detalhado por ressonância magnética. Apenas dois meses e meio após o transplante, a paciente já produzia insulina suficiente para viver sem suplementação, mantendo esses níveis por mais de um ano. Pesquisas adicionais serão realizadas para avaliar a durabilidade desse efeito.
Os outros dois pacientes envolvidos no estudo também vêm apresentando resultados positivos e, em breve, completarão um ano de acompanhamento. A expectativa é que o estudo seja expandido para incluir mais 20 participantes. Caso os resultados continuem promissores, essa abordagem tem o potencial de transformar o tratamento do diabetes tipo 1 e trazer uma nova esperança para milhões de pessoas que convivem com a doença.
Fonte: https://www.nature.com/articles/d41586-024-03129-3
RT: Karolyn S. Ogliari CRM médico 22676