Células do Sangue de Cordão Umbilical: Nova Esperança para o Tratamento da Doença Isquêmica Intestinal

A recente pesquisa sobre o uso de células mononucleares do sangue de cordão umbilical humano (HUCB-MNCs) trouxe avanços significativos no tratamento da doença isquêmica intestinal (ICBD). Essa condição grave, caracterizada por sintomas como dor abdominal intensa, fezes com sangue e diarreia, afeta principalmente idosos com doenças cardiovasculares e cerebrovasculares, apresentando alta taxa de mortalidade e dificuldades diagnósticas. O estudo teve como objetivo avaliar a eficácia e segurança da terapia com HUCB-MNCs, comparando os resultados de pacientes tratados com essa abordagem a um grupo controle que recebeu apenas terapias convencionais. Foram incluídos 66 pacientes diagnosticados com ICBD entre 2019 e 2022, divididos aleatoriamente em dois grupos. No grupo experimental, as células foram infundidas por via intra-arterial diretamente nas artérias mesentéricas superiores e/ou inferiores, enquanto o grupo controle recebeu apenas tratamentos medicamentosos. O acompanhamento clínico incluiu avaliações regulares ao longo de seis meses.
Os resultados mostraram uma melhora significativa nos pacientes tratados com as células mononucleares. Os sintomas clínicos, como dor abdominal, diarreia e sangramento, foram reduzidos de forma mais expressiva no grupo experimental, que também apresentou uma taxa de eficácia de 90,9%, em comparação a 69,7% no grupo controle. O tempo de internação hospitalar foi menor entre os pacientes que receberam o tratamento com células do cordão umbilical, com média de 9,55 dias contra 11,75 dias no grupo controle. Exames de imagem, incluindo colonoscopias e angiografias, confirmaram melhorias significativas na recuperação da mucosa intestinal e no fluxo sanguíneo nos pacientes tratados com HUCB-MNCs. Além disso, não foram observados eventos adversos graves relacionados à terapia durante o estudo, reforçando a segurança do tratamento.
Os pesquisadores atribuem a eficácia das HUCB-MNCs à sua capacidade de estimular angiogênese, cicatrização e regulação imunológica, favorecendo a regeneração de áreas isquêmicas. Apesar das limitações do estudo, como o tamanho reduzido da amostra, os resultados confirmam o potencial dessa abordagem como uma alternativa promissora e segura para melhorar o prognóstico de doenças isquêmicas graves, marcando um avanço na medicina regenerativa.
Fonte: Cai, X., Li, Y., Gao, F. et al. Therapeutic effect and study of human umbilical cord blood mononuclear cells in patients with ischaemic bowel disease. Sci Rep 14, 6121 (2024). https://doi-org.ez41.periodicos.capes.gov.br/10.1038/s41598-024-56720-z
RT: Karolyn S. Ogliari CRM médico 22676