Células do cordão umbilical como promissor tratamento de Esclerose Múltipla
A Esclerose Múltipla é uma doença neuroinflamatória crônica que resulta em incapacidades que impactam negativamente a vida dos pacientes. Embora as opções de tratamento atuais não revertam o curso da doença, o tratamento com células-tronco mesenquimais é promissor.
E por isso, especialistas de diversas universidades da Jordânia e do Catar estão reunidos num estudo clínico (fase I/II) que busca avaliar a segurança e eficácia de dois protocolos de tratamento com essas células, utilizando como fonte o cordão umbilical.
Protocolo e resultados
Até o momento, 35 pacientes foram incluídos no estudo, cuja duração da doença e status da incapacidade eram equivalentes. Os participantes foram divididos em dois grupos: o Grupo A (20) recebeu duas doses intratecais células-tronco mesenquimais + secretoma, enquanto o
Grupo B (15) recebeu uma dose única.
Os pacientes foram acompanhados por 12 meses após o tratamento, com avaliações motoras, cognitivas e oftalmológicas. Os resultados mostraram que todos os pacientes toleraram bem a terapia, com melhorias significativas na escala de incapacidade em ambos os grupos após 6 meses. No entanto, o Grupo que recebeu duas doses apresentou melhorias mais acentuadas em parâmetros específicos da doença, como carga da lesão e destreza manual. Além disso, foram observados melhores resultados em relação à carga da lesão, espessura cortical, destreza manual e velocidade de processamento de informações.
Com esses dados, os autores do estudo sugeriram que a administração de duas doses de células-tronco pode ser mais benéfica para pacientes com Esclerose Múltipla. “Estudos multicêntricos maiores devem ser iniciados para examinar mais detalhadamente doses semelhantes ou mais altas de células-tronco”, afirmaram.
Bibliografia consultada:
Jamali F, et al. Human Umbilical Cord-Derived Mesenchymal Stem Cells in the Treatment of Multiple
Sclerosis Patients: Phase I/II Dose-Finding Clinical Study. Cell Transplant. 2024 Jan-Dec. Disponível em: > https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC10921855/ <