Alimentação: Bons hábitos alimentares começam na primeira infância
Estimular que as crianças desenvolvam hábitos alimentares saudáveis é uma tarefa dos pais, que pode iniciar ainda na primeira infância. Hoje, a orientação de alimentação segue o mesmo padrão da recomendada para adultos. Evitar alimentos industrializados, por exemplo, é algo que deve ser feito em todas as idades. O texto a seguir traz algumas dicas para nortear os papais e mamães a respeito desse tema.
Quando introduzir novos alimentos?
A partir dos seis meses de idade, é aconselhável que os bebês comecem a ter contato com outros alimentos além do leite materno. A faixa etária dos seis meses aos dois anos é o período ideal para apresentar outros alimentos, devido ao rápido desenvolvimento neurológico da criança.
“Quanto mais frequente for a exposição aos alimentos, mais facilmente eles serão aceitos mais tarde”, explica Marina Ferrari, nutricionista materno-infantil e especialista em aleitamento materno. O volume de comida deve ser gradual para que, quando a criança chegar ao primeiro ano de vida, já esteja realizando o que se pode chamar de refeições.
Embora o aleitamento materno seja recomendado para crianças até dois anos ou mais, o leite de vaca não deve ser consumido por crianças menores de um ano de idade. A partir dos dois anos, a criança pode receber leite de vaca e derivados, como iogurtes naturais e queijos. “A partir do desmame, que pode ocorrer antes ou depois dos dois anos, o consumo de leite deve se adaptar ao hábito familiar, assim como os outros alimentos”, descreve a nutricionista.
Como deve ser a alimentação das crianças?
O ideal é que a base alimentar da criança seja composta por alimentos preparados em casa, com ingredientes frescos, incluindo todos os grupos alimentares – tal qual a orientação nutricional de um adulto saudável. Alimentos ultra processados podem ser usados eventualmente, desde que com parcimônia. “A partir dos dois anos de idade, a criança costuma compartilhar as refeições com a família, uma vez que a alimentação cumpre um papel importante de socialização”, detalha Marina.
Para auxiliar na escolha dos alimentos, a nutricionista recomenda o Guia Alimentar da População Brasileira , do Ministério da Saúde.
Os pequenos, já a partir dos seis meses, podem receber alimentos de alta qualidade proteica e fontes de ferro, como carnes, ovos e leguminosas. Adiantar ou atrasar a oferta desses alimentos, esclarece Marina, aumenta os riscos de a criança vir a desenvolver alguns tipos de alergias e até mesmo anemia. Não há alimentos específicos para a faixa etária. “O importante é que a criança tenha acesso a alimentos variados e de todos os grupos alimentares”, destaca a nutricionista. Os grupos são divididos entre energéticos (arroz, batata, cereais, massas, pães e etc), construtores (carnes, ovos, leite, iogurte natural, queijo e etc), e reguladores (frutas, vegetais e folhosos).
Frutas e vegetais: como fazer para que os pequenos se acostumem a comer?
Mesmo que a criança relute, é importante que os pais ofereçam frutas e vegetais com frequência. Assim, aos poucos, os pequenos vão se acostumando às texturas e aos sabores dos alimentos. Segundo Marina, é importante oferecer constantemente alimentos que ainda não tenham sido introduzidos. “Uma criança que nunca aceitou um alimento pode vir a aceitar mais tarde”, pondera. Os vegetais podem ser oferecidos cozidos ou crus, com diferentes cortes ou compondo receitas mais elaboradas.
A nutricionista recomenda, porém, que as crianças não tenham muito contato com açúcar. A preferência por alimentos doces é natural desde o nascimento e, portanto, pode atrapalhar a aceitação de frutas e de vegetais. E, como as crianças tendem a imitar o comportamento dos pais, é importante que os familiares deem o bom o exemplo.