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Famílias que usaram sangue de cordão e células-tronco para curar seus filhos

Famílias que usaram sangue de cordão

Você já leu sobre ou ouviu falar em Medicina Regenerativa? Ela é um campo da Medicina que se dedica ao estudo dos processos de reparo, regeneração ou reposição de células, tecidos ou órgãos, com o objetivo de recuperar ou restabelecer funções normais do nosso corpo, bem como desenvolver aplicações para o tratamento de diversas doenças e condições, e que podem envolver o uso de células-tronco. Nesse sentido, diferentes exemplos podem ser citados, incluindo as terapias celulares (injeção/infusão de células-tronco ou células progenitoras) e a engenharia de tecidos (transplante de tecidos ou órgãos gerados em laboratório).
Além da medula óssea, o sangue de cordão umbilical e placentário é uma fonte viável de células-tronco e células progenitoras hematopoiéticas. O sangue de cordão tem aprovação para ser utilizado em transplantes de medula óssea, como parte do tratamento de doenças hematológicas malignas e não-malignas, disfunções imunológicas, doenças metabólicas e tumores sólidos.
De alguns anos para cá, diferentes grupos de médicos e pesquisadores no mundo todo evidenciaram que o sangue de cordão é uma fonte promissora de células-tronco e progenitoras para uso não só em transplantes de medula óssea, mas também em terapias celulares emergentes, capazes de garantir segurança e efeitos benéficos em pacientes diagnosticados com doenças que afetam muito suas vidas, incluindo a paralisia cerebral e o autismo.
Para muitas famílias no mundo todo, as terapias emergentes com células-tronco – incluindo as células do sangue de cordão – trazem esperança de uma maior qualidade de vida aos familiares diagnosticados com doenças que ainda possuem tratamentos limitados e pouco eficazes. Hoje queremos relembrar alguns desses casos:

Primeiro transplante de sangue de cordão da história

No ano de 1988, o menino americano Matthew Farrow recebeu o primeiro transplante de sangue de cordão umbilical da história. Ele foi diagnosticado com anemia aplástica secundária à anemia de Fanconi quando tinha apenas cinco anos. A anemia aplástica é uma condição onde a medula óssea para de produzir ou produz um número insuficiente de hemácias (glóbulos vermelhos), leucócitos (glóbulos brancos) e plaquetas, e que pode levar à morte.
Na época, Matthew recebeu o sangue de cordão coletado no nascimento de sua irmã. O sangue foi congelado em Nova York (EUA) pelo Dr. Hal Broxmeyer, e depois foi transportado para Paris (França), onde o transplante foi realizado com sucesso pela Dra. Eliane Gluckman e sua equipe, no Hospital Saint Louis. Matthew não apresentou recaída da doença após o transplante, e atualmente tem uma vida normal com sua esposa e filho. De 1988 até 2016, cerca de 40 mil transplantes com sangue de cordão já foram realizados no mundo todo.

Primeiro transplante autólogo com sangue de cordão em criança com paralisia cerebral

Em 2009, um menino alemão de apenas dois anos sofreu uma parada cardíaca que resultou em danos cerebrais severos, que foram capazes de deixá-lo em estado vegetativo persistente. Nove semanas depois da parada cardíaca, os médicos do Hospital Universitário de Bochum, na Alemanha, realizaram um tratamento experimental com o sangue de cordão do próprio menino (armazenado em um banco privado), que foi descongelado e administrado via intravenosa, em um procedimento que durou cerca de 40 minutos.
No início, as expectativas não eram muito esperançosas. Mas dois meses depois do tratamento experimental, o menino começou a melhorar de maneira surpreendente, começando a se movimentar aos poucos e falar frases simples. Quarenta meses depois, o menino apresentou ainda mais melhorias em funções como caminhar, falar e ficar em posição vertical.
Os médicos e pesquisadores envolvidos no caso acreditam que a recuperação neurológica e funcional do menino pode ser explicada, pelo menos em parte, pelos efeitos terapêuticos das células presentes no sangue de cordão. Há fatores que podem ter contribuído para a recuperação total ou parcial, incluindo fisioterapia, fonoaudiologia, e a idade do paciente.
Atualmente, muitos estudos estão em desenvolvimento para desvendar essas questões, aprimorar a compreensão sobre os mecanismos das células do sangue de cordão no tecido nervoso lesionado, e auxiliar na criação e implementação de terapias seguras e eficazes com sangue de cordão para pacientes com lesões cerebrais de diferentes causas.

Traqueia feita com células-tronco é implantada em menina

Uma menina sul-coreana que nasceu sem a traqueia recebeu o órgão feito a partir de células-tronco, retiradas de sua própria medula óssea. A cirurgia, realizada em Illinois, nos Estados Unidos, foi a primeira feita em uma criança.
O processo para gerar a traqueia de 7,62 centímetros demorou apenas uma semana, e a cirurgia durou nove horas. A menina, que antes precisava de aparelhos para sobreviver, pode agora ter uma vida melhor, com uma traqueia que funciona normalmente.

Bebê com 12 dias de vida é a pessoa mais jovem a receber terapia com células-tronco no Canadá

Quando nasceu no Hospital Mount Sinai em Toronto (Canadá), o pequeno Jack não respirava e não respondia a estímulos. Os médicos levaram Jack dos braços de sua mãe e iniciaram esforços para ressuscitá-lo. Conseguiram salvar a sua vida, no entanto, tinham más notícias a dar aos pais, Stephen Pankratz e Kim Kucher.
O filho de Kim e Stephen tinha encefalopatia hipóxico-isquêmica (EHI), uma lesão cerebral causada pela ausência de oxigênio no cérebro e em outros órgãos, que ocorreu devido a uma deficiência no fluxo de sangue nos órgãos vitais. O bebê Jack possivelmente iria sofrer problemas físicos e cognitivos.
Destroçados, o casal da cidade de Oakville entrou em contato com o banco de sangue de cordão umbilical CreATe, localizado em Toronto (Canadá), onde tinham sido armazenadas as células-tronco do sangue e do tecido de cordão do pequeno Jack.
Quando tinha 12 dias de idade, Jack recebeu uma infusão com suas próprias células-tronco (transplante autólogo). Ele tornou-se a pessoa mais jovem a receber terapia com células-tronco no Canadá, e a primeira pessoa no país com EHI a ser submetida a esse tratamento – o pequeno Jack poderá tornar-se o primeiro de muitos.
Dois anos mais tarde, Jack está crescendo lindamente. Ele tem paralisia cerebral e enfrenta muitos desafios, mas o seu desenvolvimento superou as expectativas dos médicos. A sua mãe atribui essa melhoria ao transplante que Jack realizou.

Sangue de cordão para curar anemia falciforme em menina de dois anos

Um transplante de medula óssea mudou a vida de uma família paulista. A pequena Giovana, diagnosticada com anemia falciforme com apenas um ano de idade, teve sua vida salva após receber tratamento que envolveu um transplante com o sangue de cordão umbilical coletado em dezembro de 2016, no nascimento de seu irmão Mateus.
O caso foi exibido no Jornal Nacional em 2015, e a equipe de reportagem acompanhou a decisão de Juliana e Hugo, pais da menina, em terem um novo filho na esperança de utilizarem o sangue de cordão para o tratamento da doença.
Nós já publicamos outros casos de sucesso do uso de células-tronco. Esses são apenas alguns exemplos. As pesquisas com células-tronco ainda precisam se desenvolver mais, mas até agora podemos ver sua importância por meio das evoluções na saúde e qualidade de vida não só dos pacientes, mas também de suas famílias.
Confira a reportagem exibida em 22 de abril de 2017 no Jornal Nacional:

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