Pesquisa com sangue de cordão traz resultados no tratamento de autismo

autismo e sangue de cordão

Um estudo realizado por médicos e pesquisadores da Universidade Duke, nos EUA, mostrou resultados animadores relacionados à terapia com sangue de cordão em crianças com transtorno do espectro autista (TEA), um conjunto de disfunções que ocorrem durante o desenvolvimento neurológico e incluem uma ampla variedade – espectro – de sintomas, habilidades e níveis de incapacidade.
Coordenado pela doutora Joanne Kurtzberg e publicado na edição de abril de 2017 do periódico Stem Cells Translational Medicine, o estudo clínico de fase 1 demonstrou que, em crianças diagnosticadas com TEA, a terapia intravenosa com o próprio sangue de cordão é considerada segura e factível.
Além de comprovar a segurança do procedimento, o estudo mostrou que uma infusão intravenosa com sangue de cordão autólogo promove avanços no comportamento das crianças com TEA – incluindo melhorias relacionadas à socialização, comunicação e adaptação – reportados em avaliações específicas realizadas pelos pais/familiares das crianças meses após o tratamento experimental.
Os autores do estudo indicam que os resultados apresentados servirão como base para o desenvolvimento de estudos futuros, para comprovação da eficácia da terapia intravenosa com sangue de cordão em crianças diagnosticadas com TEA.

Abril Azul e a conscientização sobre o tratamento de autismo

Conhecido como a “doença silenciosa”, a TEA ou autismo é bastante comum. Por ano, são diagnosticados 150 mil novos casos nos mais variados graus, atingindo um total de 3 milhões de brasileiros. A doença ficou famosa mundialmente no filme Rain Man, em que Tom Cruise tem um irmão autista (Dustin Hoffman) e briga por sua guarda na justiça.
Portadores e familiares observam o Dia de Conscientização sobre o Autismo em 2 de abril, mês que acabou se tornando a época oficial de debater sobre a doença, direitos, respeito e tratamentos aos que convivem com a TEA. O chamado “Abril Azul” teve a cor escolhida devido à população masculina ter maior incidência da doença. A cada cinco diagnósticos de autismo, quatro são em meninos.
Além do mês dedicado à conscientização, existe todo um trabalho movido por entidades políticas e sociais para dar aos portadores chances iguais, como o Projeto de Lei na Câmara dos Deputados que visa garantir aos autistas o direito de atendimento prioritário em órgãos públicos.
O problema é que faltam estruturas adequadas – públicas e privadas – de educação e tratamento para o autismo e esse é um embate que esbarra, inclusive, no preconceito com a doença.