Estudo da Universidade Duke mostrou que o sangue de cordão melhora habilidades motoras em crianças com paralisia cerebral

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A paralisia cerebral é a causa mais comum de deficiência física grave em crianças no mundo todo. Ela pode ser causada por diferentes motivos (como infecções, traumas e falta de oxigênio) antes, durante ou após o nascimento, ou durante os primeiros anos de vida da criança, quando o cérebro ainda está em desenvolvimento.
Por se tratar de uma disfunção comum na população e com alternativas terapêuticas limitadas, o grupo de pesquisa liderado pela médica e professora pesquisadora da Universidade Duke, Dra. Joanne Kurtzberg, se dedica a avaliar os benefícios que o sangue de cordão pode trazer às crianças com paralisia cerebral, visto que o sangue de cordão é rico em células-tronco e leucócitos (células brancas) mais imaturos, com grande potencial regenerativo.
Em 2010, o grupo de pesquisa publicou um estudo piloto onde a terapia em crianças com paralisia cerebral que receberam o próprio sangue de cordão se mostrou segura. Os resultados positivos encorajaram a equipe a dar continuidade à pesquisa, dando origem ao segundo estudo, que envolveu um número maior de pacientes com paralisia cerebral.
Os achados foram publicados em 2017 na revista científica internacional Stem Cells Translational Medicine, no artigo intitulado “Efeito da Infusão de Sangue de Cordão Autólogo na Função Motora e Conectividade Encefálica em Crianças Pequenas com Paralisia Cerebral: Um Ensaio Randomizado, Placebo-Controlado”.
A pesquisa incluiu 63 crianças entre 1 e 6 anos de idade diagnosticadas com paralisia cerebral, que receberam uma infusão intravenosa com o próprio sangue de cordão ou placebo (terapia inerte). Todos os participantes passaram por análises da função motora grossa e da conectividade cerebral (com o uso de ressonância magnética) antes da infusão e 12 meses depois.
Os principais resultados do estudo mostraram que a terapia com o próprio sangue de cordão, com adequada dose de células, trouxe benefícios significativos às crianças com paralisia cerebral, que incluem melhorias na função motora grossa e aumento na conectividade cerebral.
Os resultados sugerem que os avanços nas funções motoras foram decorrentes do aumento ou formação de novas conexões entre as células nervosas, um efeito que possivelmente foi causado pelas células do sangue de cordão administrado.
Conheça a história de Patrick, um dos participantes do estudo na Universidade Duke, nesta reportagem da CBS de Nova York com legendas em português:

De acordo com a Dra Kurtzberg e os outros autores, os achados têm implicações importantes no tratamento de crianças com paralisia cerebral.
Os resultados positivos levaram o grupo de pesquisa a desenvolver mais um estudo, para avaliar a segurança e os possíveis efeitos benéficos do sangue de cordão aparentado – de um irmão – em crianças com paralisia cerebral, visto que nem todos possuem o próprio sangue de cordão armazenado em um banco de células-tronco. 
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